sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

mudança

Como tudo na vida muda.
Eu também vou (me) mudar.
Vou mudar de casa! Em todos sentidos.
De país e de blog.
De jeito de encarar as coisas.
2008 é o ano: de arriscar!
Agradeço a todos que me acompanharam no meu primeiro blog e adianto: continuarei a escrever. Não mais aqui. Mas em outra casa.
Escreverei não mais daqui. Mas de outra casa.

Meu segundo filho: http://sara.tipos.com.br/.
O nascimento já foi... agora vem os primeiros passos, as primeiras palavras...

E que venha 2008!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Tem Que Acontecer

Só porque você não gosta...

"Não fui eu nem Deus não foi você nem foi ninguém. Tudo o que se ganha nessa vida é pra perder. Tem que acontecer. Tem que ser assim. Nada permanece inalterado até o fim. Se ninguém tem culpa não se tem condenação. Se o que ficou do grande amor é solidão."
(Zeca Baleiro)

Letra e melodia bonitas. Não tiro o cd do carro e escuto inúmeras vezes... só para lembrar que nem sempre você tem razão.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Renovação de contrato

Venho, por meio desta, pedir renovação do contrato. Aquele em que firmamos ao completar os primeiros 3 meses. Documento em que CONTRANTE e CONTRATADA eram a mesma pessoa. Física e jurídica. Em todos os âmbitos. Todas as esferas. Legais, morais, religiosas, espirituais, cósmicas, carnais.
A rescisão do contrato anula as cláusulas constantes no mesmo. Porém, sob pagamento de multa o documento pode ser revalidado.

Parágrafo único – a CONTRATADA ainda ama o CONTRATANTE e assina qualquer documento em branco para tê-lo de volta.

Como a multa já foi quitada, A CONTRATADA pede regularização do antigo contrato em regime de urgência.

Sem mais,

A (DES)CONTRATADA

domingo, 18 de novembro de 2007

Empty



Something has left my life
And I dont know where it went to
Somebody caused me strife
And its not what I was seeking

(...)

Say a prayer for me
Help me to feel the strength I did
My identity has it been taken
Is my heart breaking on me

Cos my plans they fell through my hands
They fell through my hands on me
All my dreams it suddenly seems
It suddenly seems
Empty

(The Cranberries)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

7/23




7 é meu número no eneagrama.
7 sou eu.
Minha personalidade.
Um pouco de Sara.
Impulsiva.
Explosiva.
Temperamental.
Transparente.
Sensível.
Boba, até.
Ama as pessoas incondicionalmente.
Todas ganham 10 de início. 7 + 3.
Depois, alguns vão perdendo os pontos.
Uns mais, outros menos.
Alguns bem rapidamente.
Outros, há tanto tempo, ainda estão com 9,5. (10 seria exagero!)
(...)
7 é o dia.
O DIA.
Foi. E ainda é.
7 de novembro de 2005.
2005 nada mais é que 2 + 5 = 7 (e lá ele de novo!)
(...)
Nunca fui boa com números. Por isso resolvi fazer Letras. Para fugir dos números.
Mas eles me perseguem.
Tenho loucura pelo 23!
A idade que você tinha quando lhe conheci.
Se 3 x 7 = 21 para 23 só faltam 2. Eu troco o 1 do 21 pelo 3 do 3 x 7 e fica 23 de novo.
Se 3 x 7 = 21 para 23 só faltam 2 (os guardo)
Se 3 x 7 é 21, 21 nada mais é que 2 + 1 que é 3
Se sobreposto, 2 e 3, volta o 23.
Você se lembra do filme?
(...)
7 de novembro de 2005.
7/11/2005.
Gosto também do 11.
11 também é 23.
11 PM
11:11 PM
23:23
Talvez, a hora do beijo. Do 1º.
Aquela noite foram mais de 7. Bem mais de 23.
(...)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Lembrança

Ela chegou sem pedir licença. Reapareceu do nada, nem sequer foi convidada. Nem bateu na porta. Foi entrando assim, sem mais nem menos. E tão de mansinho, que até deixei ela ficar. Parecia tão inofensiva. Mas, como quem não quer nada, ela se alojou. Tomou conta. Posse. E aos poucos, sem escolha, me entreguei novamente. Esperta! Seus passos foram premeditados. Ela é fria. Calculista. Executou seu plano de maneira minuciosa. Agora, quem olha de fora, nos vê, de braços entrelaçados. Às vezes umas cotoveladas contundentes, mas não há nada, nada nesse mundo que nos faça separar. Ela é minha e sou dela. Ela me persegue. E eu a encalço. A amo e a odeio. Sou sua escrava, serva. Ela é minha deusa. Minha vida. Tudo o que tenho. E o que me resta.

“Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
(...)
Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
(...)
Meus olhos molhados
Insanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais...”

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A Luz

Enfim, a luz. E uma não. Duas. DUAS luzes. De uma só vez. Antes não era nada. Era o vazio. A escuridão. Então, Deus fez a luz e viu que isso era bom.
Agora, duas... no fim do túnel. Justamente quando não havia mais esperança. Já havia me entregue. Conformado. E, o que deveria ser uma saída, a salvação para alma perdida, tornou-se mais uma terrível dúvida. Mais um problema. Então, Deus fez duas luzes e viu que isso não era nada bom.

“E quando a sombra
se debilita e desaparece,
a luz que demora,
torna-se sombra duma outra luz...”
(Khalil Gibran)

domingo, 23 de setembro de 2007

The road not taken














Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I -
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

(Roberto Frost)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Habita



Habita-me! Preencha-me! Venha somar-me. Encher-me. Preencher-me. Sinto-me vazia. Transparente. Inodora. Insípida. Mas como? Eram tantos os caminhos. Onde foram parar? Na verdade eles nunca saíram do lugar. Continuam ali, aqui e acolá. O que acontece é que eu não andei. Não ando mais. Nem um passo. Alguns movimentos cambaleantes. Mas o eixo continua o mesmo. Estático. Como as folhas das árvores que se movimentam presas aos galhos e ao tronco. Elas farfalham, dançam suavemente. Já a minha dança já não tem tanta leveza assim. Nem música. Agora tudo é silêncio. Nem bossa, nem rock. Nem 8, nem 80. É zero. A neutralidade. Serei eu vomitada? Sinto-me mais engolida. Deglutida por sentimentos, sensações, dúvidas e anseios. Mas não tenho mais vontade de lutar. Desisti. Entreguei as armas. Lavei as mãos. O que quero? Não sei. Só sei que não quero mais reagir. Não tenho forças. Nem vontades. Alguém que o faça por mim! Eu não posso mais. Quem quiser que me pegue e leve. Escolha meu destino. Minha vida. Decida minhas alegrias e tristezas. Eleja minhas vestes. Selecione meus filmes. Delibere incondicionalmente por mim. Entrego os pontos como a noiva joga o buquê: para o alto e de costas. A diferença é a intensidade.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O acordar

A luz chama à vida. À realidade.
Momento mais difícil.
As manhãs são assim.
O despertar sozinho. Na cama pequena.
O calor do corpo deixado sob o lençol é solitário. Por isso esfria rápido.
Daí, a vontade de logo levantar.
Nem mesmo escovar os dentes tem graça.
Agora só existe uma escova.
E a água que lava o rosto, congela a expressão, numa atitude de consentimento.
A toalha já não seca. Esfola.
A boca esboça inutilmente um sorriso para o espelho.
Este, por sua vez, nem responde. Não reconhece. Fecha a cara e vira as costas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A Pedra

Foi a minha psicóloga quem me deu. Psicóloga que resolvi procurar depois que a ficha caiu. Depois que perdi você. (...)
Era uma pedra bonita, roxa. “A pedra do luto”. Foi assim que ela falou quando me entregou. E a pedra do luto se tornou a minha melhor amiga. Minha companheira. Para onde ia, ela ia comigo. Acampar, trabalhar... não saía da bolsa. E quando estava em casa, dormindo, ficava embaixo do travesseiro. Se acordasse no meio da noite, os dedos procuravam-na freneticamente. E quando a encontravam, enfim, relaxavam. Só assim, em meio aquela escuridão, eu me sentia segura, tranqüila. Afinal, a pedra estava lá.
Um talismã? Um amuleto? Na verdade só um motivo para lembrar que eu podia ficar triste. Que havia permissão. Afinal terminar um relacionamento tão longo e enraizado não é tão fácil assim. Não se esquece ninguém do dia para noite. Nem substituindo. Nem tentando substituir. Substituição, só no esporte! E olha lá.
E assim, fui criando um relacionamento, uma intimidade com a tal pedra.
Nossos laços foram crescendo, se ampliando tanto, que comecei a sentir ciúmes dela.
As pessoas me perguntavam o que era aquilo que sempre segurava, que não saía da minha mão. E eu, de boca cheia, (pois sentia muito orgulho dela) falava: é a minha pedra do luto! E contava toda a história. Perdi a conta quantas vezes tive que narrar o porquê da pedra. O curioso, é que, a maioria das pessoas, queria segurar a minha pedra. Queria tê-la um pouco. Queria a tal permissão para suas tristezas, melancolias, perdas! Perdas das mais variadas. Perda física, emocional... Então, passei a dividi-la. Dividir a pedra com os mais diversos lutos.
No começo até gostava, afinal eu também estava colaborando. Ajudando. Emprestando meu apoio. Mas depois, comecei a deixá-la mais escondida. Só a pegava quando estávamos sozinhas. Eu e ela. E, de certa forma, você.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Acostumbrada

Tú me acostumbraste
a todas esas cosas,
y tú me enseñaste
que son maravillosas.

Sutil llegaste a mí,
como una tentación,
llenando de inquietud
mi corazón.

Yo no concebía
cómo se quería
en tu mundo raro
y por ti aprendí.

Por eso me pregunto
al ver que me olvidaste,
¿por qué no me enseñaste
cómo se vive sin ti?

(Frank Dominguez)

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Blanco

“Me vejo no que vejo
Como entrar por meus olhos
Em um olho mais límpido
Me olha o que eu olho
É minha criação
Isto que vejo
Perceber é conceber
Águas de pensamentos”

Sou a criatura do que vejo
(Marisa Monte)

terça-feira, 28 de agosto de 2007

A Neve

Triste. Triste como neve em montanha. Branca. Fria. Solitária. Distante.
Tenho chorado. Não muito. Um pouco só. O suficiente.
Suficiente para lembrar e me autoflagelar de novo. E mais uma vez. E outra. E mais outra.
Faço isso. Condeno-me. Torturo-me, com lembranças, cartas, e-mails, presentes, cheiros.
E abro guarda para você fazer o mesmo. Pisar em mim. Cuspir. Escarrar.
Que prazer é esse? O seu até é justificado. Ver o outro que nos largou, sofrendo por causa da gente, deve dar uma sensação realmente fantástica. De poder de volta. De vingança.
Agora, por que me rendo a isso? Por que me permito ficar assim? Por que busco essa dor inconsolável?
Dor, que de tão fria, queima. E minha dor é assim. De um branco azulado. Sem vida, sem sol, sem energia. Apática. Passiva. Cabisbaixa. Cambaleante. Que oscila: ora derrete, ora congela novamente.

sábado, 25 de agosto de 2007

Vida Nova

"Tempus est ut pretermictantur simulacra nostra"
Dante - Vida Nova

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Davi

Era uma vez uma menininha muito feliz. Todos gostavam de estar ao seu lado, pois sua alegria era tão intensa que contagiava a todos que a cercavam. Certa vez, essa menina conheceu um garoto por quem ficou encantada. Todos os dias ela passava pelos menos caminhos que ela sabia que ele teria passado e começou até a freqüentar os mesmos lugares que ele, só para poder vê-lo. Ele era um garoto problemático... mas ela se encantou com o jeito do garoto falar da sua vida, de contar seus problemas... e, aos poucos, ela se viu completamente apaixonada por ele (e pelas suas fraquezas). Queria de qualquer forma ajudá-lo. Como todos a achavam uma menina feliz, ela se viu como em uma missão: fazer do garoto triste um garoto feliz. E isso ela faria com muito amor. Todo o que ela tinha. (..)
Os dias em que se encontrava com ele pareciam semanas. Eram tão cheios de histórias, desastres, pesadelos contados pelo mesmo que ela chegava a sofrer por ele. Já os dias em que não o via, pareciam meses. Tamanha solidão era estar longe do garoto. Então, apaixonada e decidida a ajudá-lo, ela queria namorá-lo para poder mostrar a ele que a vida não era tão complicada assim. Que todos sofrem e que sempre depois da tempestade nasce o arco-íris. (...) Mas, não. O menino se dizia problemático demais para namorar como um garoto comum. Ele não era como os outros garotos da sua idade que ficavam jogando vídeo-game e navegando na Internet. Ele se dizia um garoto com "sérios problemas".
Cansada de tentar, a menina desistiu. Foi vivendo a sua vida até que um dia, o mesmo garoto surge do nada e diz que havia melhorado da sua tristeza e depois de muito mesmo pensar resolvera namorá-la. Meio atordoada com o impacto da notícia e ao mesmo tempo muito feliz, a menina não pensou duas vezes: pegou uma faca bem afiada e cravou em seu peito fazendo força para remover seu próprio coração. Com as mãos cheias de sangue e um sorriso estampado no rosto, a menina ofereceu todo o seu coração ao seu grande amor. Assustado com a atitude, o menino virou as costas e saiu correndo deixando-a tombar com o coração na mão.
A menina, que tinha tanto amor para dar morreu e o menino ainda sofre de pesadelos ao se lembrar daquela cena.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Marta

A vontade é de gritar. Gritar bem alto pro mundo todo ouvir minha indignação. Minha revolta ou, talvez, o meu desdém. Estou passada. E o sono?!?... Muito sono. É fuga! Vontade de dormir e esquecer tudo o que aconteceu. Tudo o que eu vi. Ela caindo na minha frente e aqueles idiotas a abanando como se ela fosse acordar a qualquer instante. IDIOTAS! Ela morreu e ninguém se tocou. Ninguém percebeu. Eu vi que ela não estava mais respirando, tirei o pulso. Nada. Estava tudo parado. Naquele instante o mundo parou (...) 10 segundo eram 10 minutos e os cinco minutos que esperamos a ambulância chegar, duraram horas. Eu não acreditava. Na verdade, na hora em que ela caiu na minha frente, fiquei com ódio. Com raiva, vergonha. Puta! Que bosta! Acabamos de chegar e a outra vai dar bafão! Foi o que eu realmente pensei. Achei que ela tivesse caído, tropeçado e para disfarçar tivesse fingido que desmaiara. Mas daí ela não acordava. Ela deve ter ficado com muita vergonha! Tanta vergonha, que preferiu morrer mesmo do que voltar naquele lugar horrível, cheio de gente suando, dançando, dançando, tentando esquecer dos seus problemas pessoais. Primeiro ela só desmaiou. De vergonha por ter caído. Depois ela morreu... de vergonha de estar viva! Vergonha! Pois o que ela passava não era vida. Era um tormento. E ela disfarçava tão bem. Ela sim era uma verdadeira artista. Fingia estar bem quando não tinha o que dar de comer pro filho. Só macarrão! Ela falava. Não agüento mais macarrão! E dançava. E sobrevivia da forma que podia. Tentando viver. Tava ficando roxo o pescoço, o peito, a canela... E o povo abanando...Não tive muita ação. Liguei pro meu irmão pra perguntar o que fazer. Ele podia ter me dito: enterrar! Mas não, disse que era para fazer a massagem cardíaca, ou seja lá qual é o nome que isso deve ter. Quem faz medicina é ele e no momento eu entendi o recado. Falei para eles colocarem ela no chão, cabeça para trás, 15 apertos no peito (lentamente) e 2 sopros (aquela história de salva-vidas bonitão beijando a mocinha que se afogou na praia). Mas ali, o caso era diferente. Um cara apertava o peito dela, eu contava e assoprava. Quando a ambulância chegou, ela já estava roxa. Eu sabia que não havia mais volta. Mas mesmo assim eu menti. Todo mundo veio me perguntar como ela estava e eu disse que ela iria ficar bem. Menti! Achei melhor. Eu não queria dar a notícia. Os para-médicos se entreolharam e ligaram para o médico. Eles não fizeram nada. Nada!!! Só ligaram pro médico vir confirmar que ela havia morrido. Colocaram ela na ambulância. Enquanto isso, todo mundo ficou em volta, chorando, torcendo para ela melhorar. (Melhorar o quê?) Até eu cheguei a pensar que ela pudesse voltar a viver. Sei lá. Acho que estava esperando um milagre. Apesar de eu não acreditar muito nisso! Eu estava como ela. Fria. Uma pedra de gelo, de tão séria e fria. Quando o médico deu a notícia, mais friamente que minhas ações, todo mundo começou a chorar aquele choro desesperador de quem ficou histérico de repente. Eu não. Algumas lágrimas rolaram, mas eu não podia chorar. Tinha que fazer muitas coisas. Consolar quem estava chorando, por exemplo. Conversei com o médico de igual para igual. Na mesma frieza e intocabilidade. Mas, morreu do que? Eu perguntei. E ele respondeu: Morreu. Ela morreu. Não dá pra saber do que. Do coração deve ser. Morreu. Só morreu. Essa frase dele foi demais. Só morreu. E eu ficava olhando para ele pensando. Só morreu? Mas, nem mais uma coisinha? Normal, para a vida dele. Mas para a minha, não. Quero ver ele dar a notícia para mulher que o seu próprio filho, “só morreu”. Falou desse jeito porque não era com ele. Não conhecia. Mas um pouquinho mais de tato não faria mal. Todo mundo ficou indignado com ele. Foi uma gritaria, choradeira. Todo mundo berrando. Não! A Marta não! Ai meu Deus por que você fez isso? Justo com a Marta! Não! E eu só fiquei olhando. Não participei do barulho. Achei que era sonho e que dentro de alguns minutos eu iria acordar. Mas eu não acordei. Fui dirigindo até a Acesf. Tentando acalmar as outras amigas, falando coisas bonitas, coisas de Deus. Mas no fundo, naquele momento eu nem acreditava mais em Deus. Eu não sabia mais. Estava muito confusa. Estava fazendo igual à Marta. Atuando...

domingo, 19 de agosto de 2007

para começar...

Simples, como “quase” tudo na vida, (a gente que complica), fazer um blog, também é assim. Relutei, tentei, hesitei e quando menos esperava: já havia feito um.

E como tudo o que começa tem um fim, já inicio pensando no seu desfecho (ah... essas sofredoras compulsivas!)

Triste. Mas real. Como também “quase” tudo na vida.

A música... bom, ela não saía da cabeça. Fui o-bri-ga-da a colocá-la.

“Pra começar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim

Pra te enganar
escondo num sorriso a dor
Que sinto ao te ver passar
Na rua com seu novo amor

Se eu te encontrar
Não me pergunte como eu tô
Não saberia te explicar
Pra mim ainda não terminou

Pra terminar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim”