terça-feira, 28 de agosto de 2007

A Neve

Triste. Triste como neve em montanha. Branca. Fria. Solitária. Distante.
Tenho chorado. Não muito. Um pouco só. O suficiente.
Suficiente para lembrar e me autoflagelar de novo. E mais uma vez. E outra. E mais outra.
Faço isso. Condeno-me. Torturo-me, com lembranças, cartas, e-mails, presentes, cheiros.
E abro guarda para você fazer o mesmo. Pisar em mim. Cuspir. Escarrar.
Que prazer é esse? O seu até é justificado. Ver o outro que nos largou, sofrendo por causa da gente, deve dar uma sensação realmente fantástica. De poder de volta. De vingança.
Agora, por que me rendo a isso? Por que me permito ficar assim? Por que busco essa dor inconsolável?
Dor, que de tão fria, queima. E minha dor é assim. De um branco azulado. Sem vida, sem sol, sem energia. Apática. Passiva. Cabisbaixa. Cambaleante. Que oscila: ora derrete, ora congela novamente.

2 comentários:

Zaratustra disse...

ora, ora, ora...que horas são?

ora é cedo, ora é tarde.

Mas agora, é hora de ascender, como a neve que vira água que vira vapor. Para o alto, e avante!

Ora bolas!

Èle Agà disse...

Obrigado pelos elogios do Sara sim =), fico muito lisongeado principalmente vindo de vc...

Logo logo o inverno passa e a primavera chega e aquela neve fria, solitária, distante, sem vida é aquecida pelo sol e acaba por se derreter... mas outros invernos virão... e outras primaveras tbém...
e aí? como fica?
Não dê importância para a neve, e sim para a montanha que está abaixo dela... ela é durona, enfrenta frio e calor! Muitas vezes sofre um abalo sísmico, prá dar aquela chacoalhada e acreditar que ainda está viva... mas, desmoronar...jamais