
Habita-me! Preencha-me! Venha somar-me. Encher-me. Preencher-me. Sinto-me vazia. Transparente. Inodora. Insípida. Mas como? Eram tantos os caminhos. Onde foram parar? Na verdade eles nunca saíram do lugar. Continuam ali, aqui e acolá. O que acontece é que eu não andei. Não ando mais. Nem um passo. Alguns movimentos cambaleantes. Mas o eixo continua o mesmo. Estático. Como as folhas das árvores que se movimentam presas aos galhos e ao tronco. Elas farfalham, dançam suavemente. Já a minha dança já não tem tanta leveza assim. Nem música. Agora tudo é silêncio. Nem bossa, nem rock. Nem 8, nem 80. É zero. A neutralidade. Serei eu vomitada? Sinto-me mais engolida. Deglutida por sentimentos, sensações, dúvidas e anseios. Mas não tenho mais vontade de lutar. Desisti. Entreguei as armas. Lavei as mãos. O que quero? Não sei. Só sei que não quero mais reagir. Não tenho forças. Nem vontades. Alguém que o faça por mim! Eu não posso mais. Quem quiser que me pegue e leve. Escolha meu destino. Minha vida. Decida minhas alegrias e tristezas. Eleja minhas vestes. Selecione meus filmes. Delibere incondicionalmente por mim. Entrego os pontos como a noiva joga o buquê: para o alto e de costas. A diferença é a intensidade.
7 comentários:
Oi Sara..
Eu to sempre por aqui... meio ausente nos comentários... mas sempre acompanhando a movimentação hehehehe... culpa dessa vida corrida... do trabalho que toma um tempo danado da gente...
Adorei esse texto viu... muito bom mesmo, excelente, até agora achei o melhor disparado...
Adoro, também, os seus comentários viu, pelo menos alguém lê o que eu escrevo hahahaha...
Bjão
Não gosto muito desses sentimentalismos - muito embora eu às vezes também recorra a tais subterfúgios -, mas é um sentimentalismo bem escrito, isso é inegável.
Mas o importante é escrever. Toda autobiografia é sentimental, creio. Talvez por isso eu tente mais a ficção.
Bergabeijos
Lindo texto... e muito triste também... espero que não tenha sido inspirado em realidade... não gosto dessa idéia de entregar os pontos. Acho que lutar é fundamental, por mais dificil que seja a caminhada de cada um...
Acho importante que as pessoas se dêem a chance de tentar de novo e de novo... é imprescindível...
Você é ótima! Adoro-te, muito!!!
beijos, lindona!
SIM. Indubitavelmente uma hipérbole de sentimentalismos. Baratos, ou não. Sentimentalismos meus. Reais. Verdadeiros.
Escrevo como uma terapia.
Alivia-me!
Lava-me a alma!
Na hora arde... mas depois passa. Refresca.
Se agradam ou não, eles são meus. Eles sou eu. (nem sempre, claro! depois das cervejas, sara sara rapidamente!)
Mas, na hora da ressaca... e da lucidez... eles de novo!
Adoro visitas. Bom saber que não estou sozinha. Bom tê-los por aqui.
uia!
Lembra que um dia comente contigo sobre um texto do Rubem Fonseca chamado COPROMANCIA?
Deleite-se:
http://fabiofilosofia.wordpress.com/2007/08/11/copromancia-rubem-fonseca/
Você tem o direito de se sentir assim, mas eu tenho o dever te tentar fazer voce mudar de idéia...
"Bom mesmo é ir à luta e viver com paixão.
Perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é muito curta para ser insignificante." (C.C)
beijo...
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